O Instagram anunciou nesta terça-feira (17) novas configurações de segurança para adolescentes. Usuários com menos de 16 anos terão uma modalidade no perfil chamada “Contas de Adolescente”, que será monitorada pelos pais e limita o que os jovens podem ver.
A ferramenta será automaticamente adicionada às contas dos usuários com menos de 18 anos nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália nos próximos 60 dias. A medida chegará ao Brasil em janeiro de 2025.
Principais mudanças
Os adolescentes só poderão enviar mensagens para pessoas que já seguem ou com as quais já têm conexão, o aplicativo será colocado no “modo de descanso” entre 22h e 7h e conteúdos sensíveis serão ainda mais restritos. Os pais também terão novas ferramentas de supervisão, incluindo um recurso que permite ver com quais contas seus filhos estão trocando mensagens.
Usuários de 16 ou 17 anos podem alterar suas configurações, mas menores de 16 anos precisam da permissão dos pais, que deve ser fornecida por meio do perfil dos responsáveis.
Se um adolescente tentar burlar as restrições alterando sua data de nascimento na plataforma, o Instagram afirmou que utilizará inteligência artificial para “proativamente identificar os perfis” e colocá-los no modo “Contas de Adolescente”.
A popularidade entre os jovens
Adam Mosseri, diretor executivo do Instagram, disse ao The New York Times que é provável que as mudanças afetem a popularidade do aplicativo entre os adolescentes: “Definitivamente vai prejudicar o crescimento e o engajamento dos adolescentes, e há muitos riscos”, mas acrescentou que o Instagram está “disposto a correr riscos para avançar e fazer progressos”.
Contexto
Nos últimos anos, o Instagram e sua empresa-mãe, a Meta, têm sido alvo de críticas de legisladores e pais quanto aos efeitos das redes sociais sobre as crianças. Mais de 30 procuradores-gerais processaram a Meta em outubro de 2023, acusando a empresa de explorar crianças em troca de lucros e de ter “alterado profundamente a realidade psicológica e social” dos jovens americanos. O escritório do procurador-geral do Novo México processou a Meta em dezembro do ano passado, alegando que a empresa criou um “mercado para predadores” no Instagram e no Facebook e falhou em proteger os usuários mais jovens de conteúdo prejudicial.
Durante uma audiência no Comitê Judiciário do Senado no início deste ano, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas às vítimas de exploração sexual nas plataformas de redes sociais.