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Veneno de aranha pode ser aliado no tratamento do câncer de mama

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Imagem: Fabio Ara/Shutterstock

O câncer de mama é um dos mais comuns entre mulheres no Brasil e, visando diminuir os problemas causados pela doença, pesquisadores estão constantemente na busca por novos tratamentos que possam ser viáveis na medicina.

A incidência do câncer de mama é tão alta a ponto de o Instituto Nacional de Câncer (Inca) traçar previsão de que, entre 2023 e 2025, cerca de 73,61 mil novos casos devem ser diagnosticados no Brasil, segundo a Cultura.

E, reunindo esforços para mudar esse cenário, uma equipe de especialistas conduziu estudo na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas (FCF/UNICAMP) e descobriu que o veneno de uma espécie específica de aranha pode ser a chave para o tratamento da doença.

A pesquisa revelou que componentes encontrados no veneno de uma espécie de aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer), combinados com componentes quimioterápicos, retarda a progressão de tumores do câncer de mama.

Quem fez a descoberta foi Ingrid Trevisan, como parte de sua pesquisa de doutorado, junto a testes conduzidos com ratos no Laboratório de Terapias Avançadas (Latera), que teve a coordenação da professora Catarina Raposo.

Aranha-armadeira (Imagem: Tobias Hauke/Shutterstock)

Ingrid já tinha interesse nas propriedades do veneno da aranha-armadeira desde sua pós-graduação, quando integrou projetos de pesquisa do Instituto de Biologia da Unicamp para analisar a composição do veneno.

A cientista alega que o veneno da aranha-armadeira se destaca por atuar no sistema nervoso das presas, especialmente nas células astrócitos. Nas presas, isso causa efeitos neurotóxicos, como convulsões. O próximo passo foi analisar a ação do composto em células cancerígenas formadas em gliomas.

“Gliomas são tumores do sistema nervoso central que se originam, principalmente, nos astrócitos. Como o veneno tem efeito muito seletivo em astrócitos, pensei nessa possibilidade de aplicação”, explica Ingrid.

Após conseguir resultado positivo nos primeiros testes, ela conduziu a pesquisa com outras células tumorais, desta vez caninas, tais como o masto citoma, o linfoma cutâneo, os carcinomas de bexiga e os carcinomas de mama. Os resultados também foram satisfatórios nesses casos.

Para que o veneno pudesse ser usado no estudo nos animais de laboratório, foi preciso antes separar os componentes do veneno, já que sua toxicidade o impede de ser usado por completo.

O processo também foi capaz identificar quais moléculas eram responsáveis pela resposta farmacológica. Separando a massa molecular dos componentes, duas delas chamaram a atenção: uma delas ataca diretamente as células tumorais, retardando o processo de metástase, e a outra atua na modulação do sistema imunológico.

Catarina Rapôso afirma que são processos que podem ajudar a tratar o câncer de mama, já que estimulam resposta imune mais equilibrada. Foi então que camundongos fêmeas portando tumor experimental receberam a segunda molécula como parte do teste.

Imagem: Alejandro_Munoz/Shutterstock

Três testes foram administrados no total: com a molécula isolada, com ela combinada a um quimioterápico convencional e apenas com o quimioterápico.

Os dois primeiros testes puderam gerar redução em torno de 30% nos tumores. No caso do combinado, mostraram-se mais receptivos à resposta imune do organismo, além de ter sido registrada melhora no bem-estar dos animais.

“Vimos que elas ficavam muito mais dispostas, comiam mais e não sofriam com a toxicidade da quimioterapia convencional”, detalha Trevisan.

O que a equipe de pesquisa deve fazer após essas descobertas:

  • A próxima etapa a ser executada pelas pesquisadoras é a produção de molécula em laboratório e o teste de seus efeitos nos animais de cobaia;
  • Nessa nova fase, a sobrevida dos animais após o tratamento será analisada. A depender dos resultados, os testes podem ser levados para animais em clínicas veterinárias parceiras;
  • Seria, então, uma etapa para tratar cadelas com câncer de mama, que, caso se mostram eficazes, possibilitariam futuros testes clínicos.

Polícia Federal faz operação contra ‘Piratas do Madeira’ em Porto Velho

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Polícia Federal em operação contra Piratas do Madeira — Foto: PF/Divulgação
Polícia Federal em operação contra Piratas do Madeira — Foto: PF/Divulgação

A força integrada de Combate ao Crime Organizado em Rondônia (Ficco/RO) fez uma operação nesta quinta-feira (25) contra um grupo conhecido como “Piratas do Madeira”. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão durante a ação.

Os “Piratas do Madeira” são um grupo especializado em furto, latrocínio e roubo de embarcações e voadeiras no rio Madeira. Somente em 2023, entre janeiro e julho, foram registradas 12 ocorrências de roubos a barcos registrados no Rio Madeira, segundo a Polícia Civil.

O grupo começou a ser investigado após a prisão em flagrante de um integrante por porte ilegal de arma de fogo. Os agentes da Ficco identificaram o envolvimento do suspeito em um esquema de comercialização de armas e drogas para facções criminosas.

Durante a ação realizada pela PF, uma pessoa foi detida em flagrante por tráfico de drogas. A operação foi conduzida por equipes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Penal e Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Criança será indenizada por danos morais após sofrer abuso do pai

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Por unanimidade, a 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve decisão da 3ª Vara de Itapeva, proferida pelo juiz Fabrício Augusto Dias, que condenou homem a indenizar a filha, por danos morais, após abuso sexual. A reparação foi fixada em R$ 50 mil.

Segundo os autos, a menina, que tinha quatro anos à época dos fatos, passava os finais de semana na casa do pai e, num desses dias, foi abusada sexualmente por ele. Laudo médico constatou o abuso e a menina sofreu danos psicológicos. O homem foi condenado em processo que apurou o crime.

Para o relator do recurso, Benedito Antonio Okuno, apesar da sentença criminal não ter transitado em julgado, a responsabilidade civil independe da criminal e os fatos foram suficientemente comprovados.

“Pelos depoimentos colhidos nos autos criminais, bem como por todo o conjunto de provas, é possível concluir que a autora foi vítima de violência sexual praticada pelo réu”, disse.

Ele falou ainda que, “o constrangimento experimentado que atingiu seus direitos de personalidade foram suficientes para gerar graves sequelas à menor, que faz acompanhamento psicológico. Assim, evidente a dor e sofrimento causado à vítima autora, que gerou abalo moral indenizável, bem como o nexo de causalidade existente”.

Com informações do TJ-SP

Nova carreira em alta: o que faz um especialista em mercado de carbono? Quanto ganha? Veja respostas

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Especialistas em mercado de carbono são responsáveis por projetar, implementar e monitorar estratégias relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono (Freepik)
Especialistas em mercado de carbono são responsáveis por projetar, implementar e monitorar estratégias relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono (Freepik)

Há um fator que conecta boa parte das empresas, não importa o tamanho ou indústria: a procura por profissionais especializados em mercado de carbono – e aquelas que ainda não estão atrás, devem começar a demandar por esse especialista nos próximos anos.

Estudos recentes confirmam que o Brasil pode ser um ator relevante no movimento global para reduções de emissões. De acordo com estimativa da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), o país pode receber até 120 bilhões de dólares em recursos destinados a esse setor até 2030.

Com isso, 3,4 milhões de novos postos de trabalho devem ser gerados até 2040– o que abre uma grande janela de oportunidade para quem possuir conhecimentos específicos em mercado de carbono.

No entanto, ainda que em pleno crescimento, esse setor pode gerar algumas dúvidas: o que faz um profissional nesse ramo? Qual o salário? Quais habilidades são necessárias? E, principalmente, como ingressar no setor? Veja respostas para as dúvidas mais frequentes.

Especialista em mercado de carbono: quem são eles?

Os especialistas em mercado de carbono são os profissionais responsáveis por projetar, implementar e monitorar estratégias relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono, ou seja, uma economia que foca em diminuir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Mas as funções vão além disso. Veja outras atribuições desse profissional.

    • Análise de carbono: esse profissional também está encarregado de avaliar e quantificar as emissões de carbono relativas às atividades da empresa;
    • Desenvolvimento de projetos: ele deve criar e implementar iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa ou, ao menos, compensar – seja por meio da adoção de energia de fontes renováveis, reflorestamento ou eficiência energética;
    • Consultoria ambiental: preocupação ambiental deve fazer parte da estratégia e da rotina de todos os profissionais. Por isso, cabe ao especialista fornecer orientação sobre práticas sustentáveis e de governança para todas as áreas da organização;
    • Pesquisa e desenvolvimento: encontrar formas de inovar nesse mercado é outra atribuição do especialista, que precisa descobrir caminhos para avançar, seja por meio de novas tecnologias ou estratégias em direção a economia de baixo carbono.

Quanto ganha um especialista em mercado de carbono?

O salário de um especialista em mercado de carbono pode variar bastante de acordo com nível de experiência, localização da empresa e setor de atuação. Em média, segundo dados do Glassdoor, os salários estão na faixa de R$ 3 mil a 12 mil para um especialista em ESG focado em mercado de carbono. Mas há potencial para remunerações ainda maiores à medida em que o profissional ganha experiência e assume cargos de liderança.

Para conquistar esses salários, é preciso qualificação; conheça o curso que capacita profissionais para liderar a transição para economia de baixo carbono nas empresas

Quais as perspectivas de carreira no mercado de carbono?

As perspectivas de carreira para especialistas em mercado de carbono são promissoras. Com a crescente preocupação global sobre as mudanças climáticas, as empresas notaram que era preciso ir atrás de trabalhadores para colocar em práticas projetos de redução das emissões de carbono. Além disso, a adoção de políticas climáticas mais ambiciosas por parte dos governos criam oportunidades adicionais para esses profissionais.

Quais habilidades necessárias para atuar no mercado de carbono?

Assim como em qualquer outro setor, para se destacar como especialista no mercado de carbono é essencial possuir uma combinação de habilidades técnicas e interpessoais.

Veja, abaixo, algumas das mais importantes:

  • Conhecer fundamentos de ciências ambientais;
  • Possuir familiaridade com os conceitos econômicos;
  • Saber analisar dados complexos;
  • Conseguir comunicar informações técnicas de forma clara;
  • Ter habilidades de negociação e influência.

→ Para mais informações, acesse: AQUI!

Alto nível de açúcar no sangue pode elevar risco de depressão e ansiedade

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Alvaro Medina Jurado/GettyImages
Alvaro Medina Jurado/GettyImages

Altos níveis de açúcar e de triglicerídeos no sangue podem estar relacionados a um risco maior de ansiedade, depressão e transtornos relacionados ao estresse, segundo um novo estudo publicado no JAMA Network Open no início deste mês.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 211 mil participantes. Eles descobriram que níveis mais elevados de açúcar e triglicerídeos, um tipo de gordura, no sangue estava associado a um risco aumentado de transtornos mentais 20 anos antes do diagnóstico psiquiátrico.

Por outro lado, a pesquisa mostrou que quem tinha níveis elevados de “colesterol bom” (HDL) no sangue apresenta menor risco de desenvolver doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade.

Como o estudo foi feito?

Os pesquisadores analisaram os dados de 211.200 participantes da coorte Swedish Apolipoprotein-Related Mortality Risk (AMORIS), que foram submetidos a exames de saúde ocupacional entre 1º de janeiro de 1985 e 31 de dezembro de 1996, principalmente na região de Estocolmo, na Suécia. A análise atual foi feita entre 2022 e 2023.

Os participantes não apresentavam nenhum transtorno mental no início do estudo e tiveram pelo menos uma medição dos biomarcadores metabólicos dos quais os autores do estudo atual estavam analisando. A idade média dos participantes na primeira coleta de sangue era de 42 anos.

Os pesquisadores analisaram os níveis de açúcar no sangue e uma série de biomarcadores que medem componentes relacionados à gordura, incluindo colesterol total, o colesterol “ruim” (LDL), o colesterol “bom” e triglicerídeos.

A pesquisa acompanhou os participantes por uma média de 21 anos, observando o desenvolvimento da ansiedade, depressão e transtornos relacionados ao estresse, como transtorno de estresse agudo e transtorno de estresse pós-traumático. A análise contou com covariáveis como status socioeconômico, país de nascimento, idade e estado de jejum no momento da medição do sangue, além de gênero.

Durante o período de estudo, 16.256 participantes receberam o diagnóstico de depressão, ansiedade ou transtorno relacionado ao estresse. A idade média do diagnóstico foi de 60,5 anos. Cerca de 3 mil participantes foram diagnosticados com depressão e ansiedade, ao mesmo tempo.

De acordo com o estudo, níveis mais elevados de açúcar e triglicerídeos no sangue estava associado a um risco maior para todos os três transtornos mentais, enquanto os níveis elevados de colesterol “bom” estavam associados a uma diminuição nesse risco.

Os pesquisadores também descobriram que quem tinha ansiedade, depressão ou transtornos relacionados ao estresse tinham níveis elevados de triglicerídeos, colesterol total e açúcar no sangue durante os 20 anos anteriores ao diagnóstico psiquiátrico.

Apesar das descobertas, o estudo tem limitações, como ter sido realizado em uma população específica, o que significa que os resultados podem não ser generalizáveis para outras populações. Estudos futuros são necessários para confirmar os achados desta pesquisa.

Casos de febre oropouche disparam no Brasil

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Doença é passada por animais infectados | FLÁVIO CARVALHO/WMP BRASIL/FIOCRUZ
Doença é passada por animais infectados | FLÁVIO CARVALHO/WMP BRASIL/FIOCRUZ

O número de casos de febre oropouche quadruplicaram no Brasil. Enquanto em 2023 foram registrados 832 casos da doença, o Ministério da Saúde (MS) contabilizou 3.354 apenas nas quinze primeiras semanas de 2024. Do total deste ano, 2.538 dos casos são em residentes dos Amazonas, seguidos por Rondônia (574), Acre (108), Pará (29) e Roraima (18). Fora da região Norte, Bahia (31), Mato Grosso (11) São Paulo (7) e Rio de Janeiro (6) foram os Estados com maior número de registros da doença.

De acordo com o MS, a descentralização do diagnóstico laboratorial para detecção do vírus nos Estados da região amazônica, onde a febre é considerada endêmica, é o principal motivo por trás do aumento no número de casos. A situação, contudo, é mais complexa. Enquanto locais da Amazônia têm maior disponibilidade de exames, há outras regiões do Brasil sem possibilidade de detecção, o que sugere que o número de casos de febre oropouche seja muito superior ao registrado.

Além disso, outro fator que colabora com a subnotificação é a semelhança entre os sintomas da oropouche com a dengue. Além de serem arboviroses — grupo de doenças virais transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos —, os dois quadros costumam causar dor de cabeça, nos músculos e articulações, além de náusea e diarreia.

Na análise da infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Emy Gouveia, o ritmo atípico da febre oropouche, assim como de dengue, também pode ser associado ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas, resultando em temperaturas elevadas e chuvas irregulares, condições ideais para a reprodução dos mosquitos transmissores e, consequentemente, disseminação da doença.

O que é a febre oropouche?

Como o nome sugere, a febre oropouche é uma doença causada pelo vírus oropouche. Transmitido aos seres humanos principalmente pela picada do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, esse vírus foi detectado no Brasil na década de 1960 a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos Estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

Como ocorre a transmissão?

Segundo Emy, a transmissão ocorre quando um mosquito pica primeiro uma pessoa ou animal infectado e, em seguida, pica uma pessoa saudável, passando a doença para ela.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

• Ciclo silvestre: nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus, mas o maruim é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

• Ciclo urbano: já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O maruim também é o vetor principal, porém alguns casos também podem estar associados ao Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos.

”A diversidade de mosquitos envolvidos na transmissão do vírus é uma das preocupações mais sérias em relação ao aumento de casos no Brasil, especialmente em regiões além da Amazônia, uma vez que a disseminação pode ocorrer de maneira mais rápida, considerando que as pessoas também são hospedeiras”, afirma Emy.

Como diferenciar a febre oropouche da dengue?

Além da diferença entre os mosquitos vetores, que, no caso da dengue, é o Aedes aegypti, as doenças se diferenciam pela evolução do quadro clínico. O paciente diagnosticado com dengue pode começar a sentir dores abdominais intensas e, no pior dos casos, pode apresentar hemorragias internas, o que não acontece na oropouche.

Uma característica específica da oropouche é a apresentação de ciclo bifásico. Geralmente, a pessoa tem febre e dores por alguns dias e eles desaparecem em seguida. Após uma semana, o quadro da doença retorna, até sumir novamente. Segundo Emy, não há casos de mortalidade pela doença. Porém, outra característica marcante é que nos casos mais graves pode haver comprometimento do sistema nervoso central, com quadros como meningite asséptica e meningoencefalite, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Vale ressaltar também que, diferente da dengue, ainda não há imunizantes específicos para a febre oropouche.

Quais são os grupos de risco?

Segundo a infectologista do Hospital Albert Einstein, os idosos e as crianças são os principais grupos de risco da febre oropouche. No caso dos idosos, o perigo está relacionado à maior possibilidade de desidratação e presença de comorbidades. Já entre crianças, além da desidratação, a dificuldade de controlar a febre é o que amplia o risco de a doença evoluir para um quadro pior.

Como o diagnóstico é feito?

Atualmente, apenas um exame faz a identificação da doença: o RT-PCR, desenvolvido pela Fiocruz Amazonas. A coleta é por meio do sangue e o exame fica disponível nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens). Existem também testes que dizem se a pessoa tem anticorpos da doença, e que revelam infecção recente, mas são poucos disponibilizados em laboratórios.

”Geralmente, pela pouca disponibilidade de exames, eles ficam restritos às pessoas com sintomas típicos da fase aguda da doença ou que testaram negativo para dengue ou chikungunya. Além disso, quando o paciente não é da Amazônia, mas teve passagem pela região, a atenção é redobrada”, afirmou Emy.

Como é o tratamento?

Conforme a especialista, ainda não há um medicamento específico para tratar a febre oropouche. Por isso, o tratamento é de suporte. Ou seja, costumam ser administradas medicações para dor, náuseas e febre, além da indicação de hidratação e repouso. Outra diferença em relação à dengue é que a febre oropouche não possui contraindicação de medicamentos. Então, a administração de anti-inflamatórios é liberada. Mas, para isso, é essencial existir uma diferenciação do quadro clínico, já que a administração de certos medicamentos durante a dengue pode agravar a situação do paciente, ocasionando inclusive quadros hemorrágicos.

Como prevenir?

De acordo com o Ministério da Saúde, as formas de prevenção incluem:

Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
Usar roupas que cubram a maioria do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele, especialmente nas regiões com maior número de casos;
Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
Se houver casos confirmados na sua região, é recomendado seguir as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.

Como calcular o descanso semanal remunerado (DSR)

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Img: freepik
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Para quem trabalha no regime CLT, o descanso semanal remunerado é um direito e precisa acontecer. Esse benefício é mais do que fundamental para que o trabalhador recarregue suas energias e tenha um período de repouso para retomar suas atividades no dia seguinte.

E como o descanso é um momento importante na jornada do trabalhador, neste artigo, você vai se inteirar melhor sobre como funciona o SDR, quem tem direito e o principal: como é calculado na folha de pagamento.

O que é descanso semanal remunerado (DSR)?

O descanso semanal remunerado é um benefício previsto na CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) que garante ao trabalhador ao menos 01 dia de folga por semana, preferencialmente aos domingos.

O benefício é contínuo e pode ser verificado nos artigos 67 e 70 das leis trabalhistas brasileiras, além da Lei 605/1949 disposta na Constituição.

Quem tem direito a DSR?

Tem direito ao descanso remunerado todos aqueles empregados que possuem registro na CLT e que cumprem carga horária de 7 dias trabalhados.

Lembrando que, os profissionais que trabalham na modalidade PJ, não estão cobertos pelo Descanso Semanal Remunerado, e essas pausas precisam ser negociadas entre o contratante e contratado durante a negociação.

O que diz a Lei sobre o DSR?

A lei número 605/1949 diz que “todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferencialmente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local“.

Desta forma, o empregador se enquadra na obrigatoriedade de proporcionar período de descanso aos seus funcionários sem qualquer desconto na folha de pagamento.

Piso salarial: saiba o que diz a lei e como consultar

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O piso salarial é um direito do trabalhador que está previsto em lei. É uma forma de tentar estabelecer uma remuneração justa aos trabalhadores conforme a sua profissão e especialização.

Aqui no Brasil, além do salário mínimo ser o piso para qualquer tipo de atuação, sindicatos de profissões estabelecem acordos para que as categorias possam ter um piso salarial próprio. Neste artigo, te contamos os detalhes sobre tudo que envolve o piso salarial e o que a lei diz sobre o assunto.

O que é piso salarial?

O piso salarial é a menor remuneração possível para empregados que atuem em determinada categoria. Cada profissão tem um piso mínimo que precisa ser respeitado, e este valor pode variar de categoria para categoria.

De qualquer forma, para todas as categorias, o piso salarial deve ser igual ou superior ao valor do salário mínimo atualizado, hoje, correspondente a R$ 1.412,00.

Separamos algumas profissões como exemplo de piso salarial em 2023:

  • Professores: R$ 3.845,63
  • Enfermeiros: R$ 4.766,38
  • Metalúrgicos: R$ 3.600,00

O que diz a lei sobre piso salarial?

A CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, responsável por regulamentar as relações trabalhistas no Brasil, estabelece o salário mínimo como o valor de entrada para qualquer contratação, sendo proibido estabelecer contratos de trabalho neste regime que paguem menos do que o salário mínimo vigente.

Além disso, cada categoria de trabalho tem o direito de estabelecer suas convenções e reivindicar diante dos órgãos responsáveis a implementação de pisos salariais de acordo com cada uma das profissões.

Normalmente, o piso salarial é definido com base:

  • Na realidade econômica de cada profissão;
  • Na fomentação da competitividade no mercado;
  • Em denominador que possa ser cumprido e possa ser fiscalizado.

Nestes casos, o empregador tem a obrigação, por lei, de estabelecer o pagamento de salário com base no que foi definido como piso salarial da categoria que está contratando.

Qual a importância do piso salarial?

O piso salarial é importante, pois serve para balizar nacionalmente a remuneração de profissionais de um mesmo nicho.

A iniciativa pretende organizar, a partir da formação profissional dos cidadãos, um alinhamento salarial com base no desempenho de funções similares ou iguais aos dos trabalhadores de mesma categoria.

Desta forma, o profissional pode se resguardar quanto vai receber com base na sua profissão, e um acordo justo é estabelecido entre quem emprega e quem é contratado.

Como é determinado o piso salarial?

O piso salarial é determinado mediante a negociações entre trabalhadores, sindicatos e representantes das empresas.

São feitas reuniões onde cada lado apresenta suas reivindicações e, a partir de um acordo, são homologados os pisos salariais de cada categoria.

Normalmente, os ajustes são feitos a partir da inflação e possíveis mudanças econômicas que impactam de forma isolada, direta ou indiretamente a categoria.

Onde consultar o piso salarial?

Você pode consultar o piso salarial das categorias diretamente com os sindicatos que representam os trabalhadores e também a partir da divulgação anual do Ministério do Trabalho e Emprego com a lista de piso salarial de todas as categorias.

Principais pisos salariais do Brasil

Os pisos salariais mais altos do Brasil são, respectivamente:

  • Médicos especialistas – R$ 18.475.
  • Matemáticos, atuários e estatísticos – R$ 16.568.
  • Médicos gerais – R$ 11.022.

Já os mais baixos correspondem ao salário mínimo, representando o menor valor possível para legislações e acordos que estabeleçam um valor para o piso da categoria.

Doença do silicone: entenda o risco para a saúde

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Foto: Shutterstock
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A doença do silicone é um é uma expressão utilizada pelas pacientes com implante de silicone referente a uma série de sintomas supostamente atribuídos ao implante mamário.

Apesar de não ser uma doença, propriamente dita e ainda não haver qualquer estudo científico relacionado, há relatos de muitas mulheres que dizem ter passado por sintomas semelhantes após o implante.

De acordo com o cirurgião plástico Marcelo Takeshi Ono, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os sintomas mais comuns são:

  • Cansaço;
  • Dores nas articulações;
  • Ansiedade;
  • Dificuldade de raciocínio;
  • Doenças autoimunes;
  • Depressão;
  • Vermelhidão na pele;
  • Dores de cabeça;
  • Alterações de peso.

“Importante lembrar que pode ser difícil diferenciar estes sintomas de quadros depressivos, sintomas de menopausa, fibromialgia, fadiga crônica devido ao estilo de vida ruim e outros problemas hormonais”, ressalta o especialista.

Qual a causa?

A suposta causa para esse problema, de acordo com o médico, seria o contato do silicone com o corpo humano. Aliás, o termo “doença do silicone” não é um termo médico. O termo técnico sugerido seria “sintomas sistêmicos associados ao silicone”.

“Importante ressaltar que a ciência ainda não consegue evidências suficientes que realmente comprovem esta associação. Mas, por outro lado, ainda também não é capaz de descartar completamente”, comenta Marcelo.

Tratamento

“O primeiro passo é ficar calma e não sair removendo o implante somente porque ouviu relato de alguém famoso que retirou”, orienta o cirurgião plástico. Como não existe um teste capaz de identificar se é o ou não o silicone o responsável pelos sintomas, primeiro é necessário descartar outras possíveis causas para seus sintomas.

Se comprovado que o silicone é, de fato, a causa do problema, é feita a remoção dos implantes mamários. Segundo o médico, não é necessário retirar a cápsula para o tratamento. “Além de não ser verdadeira, as entidades oficiais condenam a divulgação deste tipo de informação. A melhora dos sintomas ocorre com ou sem a retirada da cápsula”, diz.

“O fato prático é que uma boa parte das pacientes tem melhora temporária ou duradoura dos sintomas, uma vez descartado outras causas. O que a ciência ainda não consegue pontuar é quanto a melhora destes sintomas se deve a fatores orgânicos e quanto se deve a fatores psicológicos”, finaliza Marcelo.

Deputada federal denuncia câmeras escondidas em apartamento alugado em Brasília

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Foto: Mario Agra | Câmara dos Deputados
Foto: Mario Agra | Câmara dos Deputados

A deputada federal Dayany Bittencourt (União Brasil-CE) identificou câmeras de segurança escondidas no apartamento alugado por ela em Brasília e denunciou o caso às autoridades. A descoberta aconteceu em 28 de agosto de 2023 e foi divulgada pela parlamentar nesta quarta-feira (17/4).

“No dia 28 de agosto de 2023, foi descoberta a existência de algumas câmeras escondidas no apartamento o qual eu era inquilina, em Brasília. Uma invasão à minha privacidade e à privacidade do meu esposo, algo que nunca pensamos viver, o que transformou um espaço de segurança e conforto em um cenário de constante vigilância e medo”, diz trecho da nota divulgada pela parlamentar.

A deputada federal afirmou que o caso trouxe uma série de consequências para sua saúde emocional e mental, “resultando em traumas, sensação de vulnerabilidade constante e pânico”.

As câmeras foram encontradas nas luminárias do quarto e do banheiro da unidade em que a parlamentar estava hospedada em um hotel da área nobre da capital federal.

O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e estava em segredo de Justiça. “Continuamos lutando por justiça, para garantir que não tenhamos mais pessoas passando por esse tipo de violência e violação de seus direitos”, completou a parlamentar.